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A Cidade e as Serras é um livro no qual o “como se conta” é muito mais importante do que a própria história, narrada pelo português Zé Fernandes, amigo do também filho de portugueses Jacinto de Tormes, um rico senhor de terras em Portugal que nasceu na França e nunca visitou as terras de seus antepassados. Ele vive em Paris usando sua herança para aproveitar os avanços tecnológicos do século XIX. Jacinto, no primeiro momento, aparece como um autêntico positivista, acreditando que a “salvação” da humanidade está nos avanços da ciência. Já Zé Fernandes aparece como contraponto a essa fascinação pelo progresso, sempre questionando a real utilidade de tanta tecnologia. Esta adaptação apresenta não só o conflito do protagonista Jacinto, com seus valores burgueses e urbanos, versus o atraso da serra, mas também a epifania que ele revela quando descobre o verdadeiro valor da simplicidade na vida! Segundo Aline Tâmara, “a genialidade de Eça de Queirós está na adjetivação que é usada tanto para ironizar, satirizar como para aprofundar um assunto com o mínimo de palavras. Os prefixos e os sufixos têm grande importância na narrativa de Eça. São eles que reiteram uma opinião, um estado de espírito, ou qualquer intenção da história ou dos personagens. O ”super” é usado para dar importância à modernização durante o texto: supercivilização, superioridade, superfino, superior.” A obra de José Maria Eça de Queiros ((1845-1900), considerado um dos maiores romancistas portugueses do século XIX, é geralmente dividida em três fases: a primeira corresponde aos textos iniciais de sua carreira, publicados em folhetim e reunidos em um único volume intitulado Prosas Bárbaras; a segunda fase, ou fase realista, inicia-se em 1875 com a publicação da obra O Crime do Padre Amaro e vai até 1888 com a publicação de Os Maias· A partir daí, inicia-se a terceira fase, a pós-realista, na qual destacam-se as obras A Ilustre Casa de Ramires (1900) e A Cidade e as Serras (1901). Escreveu ainda Uma Campanha Alegre (1871), O Primo Basílio (1878), A Relíquia (1887), Correspondência de Fradique Mendes (1900).
Ficha Técnica Os ingressos custam R$ 6,00, R$ 3,00 (usuário matriculado, estudantes com
carteirinha e idosos acima de 60 anos) e R$ 2,00 (trabalhador no comércio
e serviços matriculado e dependentes). O SESC fica na rua Tibiriçá, 50,
telefone 3977 4477. Portal:
www.sescsp.org.br |
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Fonte: SESC Ribeirão / Foto: Divulgação |
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Matéria Publicada no Portal Movimento das Artes - 31/10/06 |