|
Portal Movimento das Artes |
|
||||||||
A partir de 1909 as revistas de moda passam das ilustrações para a fotografia do Barão Adolf de Meyer e Edward Steichen, o primeiro cuja técnica era a verdadeira arte do retratista, o segundo que na verdade criou a primeira fotografia de moda. Nos anos de 1920, Cecil Beaton, Hoyningen-Huené e Man Ray também publicaram suas fotos em revistas como a VOGUE e Harper’s BAZAAR. Eram verdadeiros artesãos, além de artistas, pois o processo fotográfico ainda estava em evolução, e lentamente, a profissão de modelo de moda estava emergindo como uma profissão. As criações dos estilistas não eram mais apresentadas por moças da sociedade, mas por modelos profissionais, e as primeiras agências de modelos surgem nos fins dos anos 20.
A fotografia de moda transformou-se em gênero visual com linguagem própria após 1930. A VOGUE América publica em 1932 a primeira foto colorida em sua capa: uma foto de Steichen, de uma garota de maiô segurando uma bola de praia. As modelos ainda não eram celebridades, porém o processo certamente começou com extraordinária beleza de Lisa Fonssagrives, que mais tarde veio a se casar com Irving Penn. Irving Penn – que fez a primeira foto de moda em grupo na história, com uma imagem clássica de 12 garotas lindas, com Lisa Fonssagrives no centro.
Nos anos de 1950, particularmente nas mãos dos estilistas: Christian Dior, Hubert de Givenchy e Balenciaga, representam um ponto alto na história da moda das mulheres. Richard Avedon e Irving Penn estavam entre os mais importantes fotógrafos daquela época. Estilistas, fotógrafos, cabeleireiros e modelos transforman-se na nova aristocracia. Os fotógrafos eram aqueles que levavam os representantes do jet set cultural e internacional para o público.
Nos anos de 1960 e 1970, Helmut Newton e David Bailey iriam virar a fotografia de moda de cabeça para baixo, basicamente inventaram a fotografia como uma arte sexy. Helmut Newton, especialmente, mudou a percepção do público sobre o que era aceitável nesse nível. Foram os anos em que Diana Vreeland (figura mitológica da moda – foi editora da BAZAAR e VOGUE) lançou modelos como: Verushka, Penélope Tree e Twiggy, e essas modelos definiram a década. As modelos eram tão vendáveis como as roupas que estavam divulgando. Twiggy tornou-se o primeiro nome realmente conhecido.
A nova mulher, liberada e independente, acelerou a chegada do prêt-à-porter. A sociedade estava passando por uma crise de identidade sócio-política e cultural. A glorificação da juventude parecia excessiva, mas fascinante. As pessoas dedicadas à moda estavam apaixonadas com o mundo que haviam criado. Os últimos anos têm sido sobre a força inesperada e penetrante da moda, que dominou a consciência do público, ao redor do mundo. As roupas tornaram-se mais populares, mais influentes e, portanto, mais poderosas do que antes, provocando mudanças de comportamento pela pressão social por trás da arte de bem vestir, que se difundiu por todos os níveis da sociedade. Surgem as “supermodels”, nos anos de 1980 e 1990, uma expressão que foi inesquecivelmente resumida na famosa frase de Linda Evangelista: “Nós não nos levantamos da cama por menos de US$ 10 mil por dia”. Mulheres como: Linda Evangelista, Naomi Campbell, Cindy Crawford, Christy Turlington, Tatjana Patitz, Claudia Schiffer, Kate Moss, Amber Valetta, Shalom Harlow, Stella Tennat e Trish Goff, representam os verdadeiros rostos dos anos de 1990. Os profissionais que fotografaram essas garotas – Bruce Weber, Herb Ritts, Peter Lindberg, Paolo Roversi, Steven Meisel, Mario Testino, Patrick Demarcheller e David LaChapelle. Eles têm em comum um extremo talento para a construção de imagem de moda e a habilidade de mudar a aparência, de provocar os leitores a cada nova foto. Hoje com os avanços tecnológicos da fotografia digital, fotógrafos – como Jean Baptiste Mondino – tornam-se especialistas nos truques computadorizados para a manipulação da fotografia de moda. Essa tendência sussurra o que os fotógrafos de moda costumavam propor nos anos de 1920: “Venha, fuja da realidade, torne-se outro...”. Promessas que: fotógrafos, griffes e modelos buscaram na câmera, desde que o Barão Adolf de Meyer pintou seu primeiro cenário falso. No futuro, o sistema de moda, provavelmente irá se tornar uma corrente de mensagens e valores sociais e culturais, uma linguagem que sempre expressará nossos desejos pessoais e escolhas da maneira que iremos viver.
Julius Cezar Pimenta Bibliografia
|
||||||||
|
||||||||
|
||||||||
|
||||||||
Publicado no Portal Movimento das Artes - 21/04/05 |