Somente na capital paulista, serviços ficam sem 99.279 vagas
Os
setores do comércio e de serviços do estado de São Paulo perderam
308.727 empregos formais de janeiro a agosto de 2020. O comércio
teve uma redução de 134.708 postos de trabalho com carteira
assinada, o que representa queda de 5%. A área mais impactada foi o
varejo, com déficit de 104.333 vagas. O setor de serviços teve
retração de 174.019 vagas a menos e um recuo de 2,81% nos
primeiros oito meses do ano.
Quando
a Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (Pesp), da
FecomercioSP, divulgada hoje (7), considera o período de março (início
da pandemia de covid-19) a agosto, os empregos formais no comércio
tiveram saldo negativo de 120.241 vagas e os serviços, de 240.788
vagas, com reduções de 4,52% e 3,84%, respectivamente.
Segundo
a entidade, mesmo com os resultados negativos, o comércio já dá
sinais de recuperação com saldos positivos de empregos com
carteira assinada em julho (7.122) e em agosto (15.339). No setor de
serviços, em agosto o saldo chegou a 15.635 novas vagas e um
crescimento de 0,26%.
Recursos
emergenciais
“Apesar
da queda mais acentuada no comércio nos oito primeiros meses do
ano, é o setor que encabeça a retomada agora, tanto pelo impacto
dos recursos emergenciais na economia, a partir de maio, quanto pela
flexibilidade no atendimento e no retorno físico dos consumidores
de muitas áreas do varejo. Os comerciantes também estão em
vantagem na concorrência pela demanda, exemplificada pela maior
busca dos consumidores por produtos nos supermercados do que serviços
de restaurantes”, disse a FecomercioSP.
A
pesquisa indica, ainda, que na capital paulista os serviços tiveram
redução de 57% dos empregos, com a eliminação de 99.279 vagas.
No comércio da cidade houve perda de 57.287 empregos (42% do saldo
negativo estadual) formais. O destaque negativo é para o varejo que
demitiu 41 mil funcionários, principalmente das lojas de roupas e
acessórios (-12,4 mil).
O
saldo positivo ficou por conta dos serviços administrativos e de saúde
humana, resultando em um saldo final positivo de 3.545 empregos
formais em agosto, com um avanço de 0,13%.
“O
resultado do mês é residual, tendo em vista a retração do setor
em São Paulo, e, mais do que isso, sinaliza para uma recuperação
lenta nos próximos meses, impactados agora pelo reajuste dos hábitos
de consumo das famílias depois da pior fase da pandemia”,
finalizou a FecomercioSP.
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