Balanço
federal aponta 25 mortes pela Covid-19 até este domingo (22), sendo
7 a mais do que no dia anterior. Todas foram registradas em São
Paulo, estado com maior número de casos.
O
Brasil tem 1.546 casos confirmados de novo coronavírus e 25 mortes
até este domingo (22), diz o ministério da Saúde.
Foram
relatados 418 casos a mais em relação ao balanço anterior, de sábado,
um aumento de 37%. E 7 mortes foram contabilizadas nas últimas 24
horas.
Todas
elas aconteceram em São Paulo, que agora soma 22 mortes. E também
é o local com maior número de casos, com 631 - até sábado eram
459.
A
taxa de letalidade da doença continua a mesma de sábado: 1,6%,
segundo o governo federal.
O
secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, deu mais
detalhes sobre os novos testes rápidos que chegarão nas próximas
semanas. Ele afirmou que são produzidos por uma empresa chinesa e
é aprovado por agências reguladoras da China e pela Comissão
Europeia.
Oliveira
reafirmou o
que disse no sábado (21): que os profissionais de saúde terão
prioridade de ser testados com esses novos kits, que dão os
resultado em minutos.
Projeções
O
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a Covid-19
poderia ser mais uma gripe forte se as ocorrências fossem distribuídas
ao longo do ano e já houvesse vacina.
"Como
nós não temos - e ninguém tem imunidade (vacina) - isso está
acontecendo de uma maneira abrupta e vai levar muita gente ao mesmo
tempo ao sistema de saúde. É como se você tivesse uma geladeira
da sua casa e todo o quarteirão precisasse da sua geladeira para
guardar alguma coisa: não cabe."
Por
outro lado, o ministro afirmou que apenas 15% das pessoas que serão
contaminadas deverão precisar de internação. Ele espera que o
Brasil tenha menos casos graves porque a base da população é
jovem.
"Quase
metade da população não vai pegar essa gripe. Porque, se metade
entrar em contato com o vírus, a outra metade estará
protegida", disse Mandetta. "Da metade que vai entrar em
contato, mais da metade não vai nem ter sintoma. Vai simplesmente
desenvolver anticorpo, ele pega só um resto de vírus",
completou.
"Dos
que tiverem sintoma, quase 85%- e eu acho que no Brasil, nesse
ponto, os estudos vão mostrar... eu acho que, como a gente tem uma
base populacional jovem, acho que nosso comportamento vai ser melhor
frente ao vírus", afirmou. "Acho que a gente pode ter um
grande cordão imunológico, com menos casos graves. Dos 15% que vão
ter sintoma, a grande maioria terá sintomas leves. E uma minoria
vai necessitar de internação hospitalar", disse.
Medidas
restritivas nos estados
Mandetta
também pediu "bom senso" a governantes com relação a
medidas restritivas que estão sendo adotadas pelos estados e municípios.
Ele
citou, sem apontar o local, que houve cidades em que a prefeitura
decidiu interromper o sistema de ônibus ''abruptamente" e por
isso profissionais da saúde não conseguiram chegar ao trabalho.
"É
preciso definir o que é essencialidade, para que a gente não faça
de uma paralisação total um remédio mais duro do que o próprio vírus,
e esse remédio possa inviabilizar a nossa vida", afirmou
Mandetta.
"É
preciso que haja bom senso entre os governantes e pontos de equilíbrio.
Por isso trazer para a organização nacional algumas coisas de
definição. A operacionalidade sempre vai estar na ponta do
sistema", completou.
Mandetta
se referiu à medida
provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro no último
sábado, que concentra no governo federal o poder para a adoção de
restrições ao transporte de bens, à movimentação de pessoas e
à manutenção de serviços durante a crise gerada pela epidemia do
novo coronavírus.
O
ministro também disse ser importante informar bem a população
sobre a duração das restrições.
"Vamos
dar uma parada agora, mas vamos reabrir daqui a uma semana, duas...
Ninguém aguenta permanecer parado 'full time' (o tempo todo)",
afirmou. "Então, faz duas, libera um pouquinho. Deixa as
pessoas se reorganizarem. Aí atravessamos mais um pouco."
"Quem dita o
ritmo é o nosso próprio comportamento. Podemos ter que acelerar um
pouco e diminuir um pouco o passo, até que a gente esteja
bem."

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