Cardíacos, homens e
acima de 60 anos: Ministério da Saúde mostrou que 58% dos casos
graves e 68% das mortes são de pessoas do sexo masculino. Diabetes
e asma também estão entre comorbidades frequentes em internações.
Pessoas
com problemas no coração, do sexo masculino e com mais de 60 anos.
Esse é o perfil da maioria dos casos graves e mortes pelo coronavírus
Sars-CoV-2 no Brasil, de acordo com informações
divulgadas pelo Ministério
da Saúde nesta quinta-feira (26).
· Maioria dos casos graves e óbitos ocorreu em brasileiros com mais
de 60 anos
· 58% dos casos graves e 68% das mortes são de pacientes homens
· Doenças do coração são as principais associadas aos casos graves
e mortes
· Diabéticos e pacientes com outras doenças respiratórias, como
asma, também estão casos mais difíceis
Mortes
por coronavírus em pacientes com outras doenças — Foto: Carolina
Dantas/G1
Mortes por coronavírus
em pacientes com outras doenças — Foto: Carolina Dantas/G1
"Vocês
podem observar que as curvas estão mais elevadas para os óbitos a
partir de 60 anos, mas elas ficam muito mais intensas entre 70 anos
ou mais. Por isso, a gente está recomendando que as pessoas acima
de 60 anos fiquem em isolamento, cumprindo as orientações",
disse Wanderson Oliveira, secretário de vigilância em saúde.
A
pasta também atualizou o número de casos da doença no país: são
2.915 confirmações, com 77 mortes até esta quinta-feira. De
acordo com o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo, a
taxa de letalidade do Brasil está perto de 2,7%, enquanto a do
planeta está em 4%.
"Nós
podemos observar que cardiopatia é a condição mais frequente
entre os casos e os óbitos. Doença hematológica crônica, temos
também registro de doença hepática crônica, asma também temos
óbitos e casos. Diabetes com uma frequência importante, porque
também tem um volume maior tanto de cardiopatia como de diabetes,
doença neurológica crônica, pneumopatia, imunodepressão, doença
renal crônica e obesidade", explicou Oliveira.
Os
dados do ministério estão de acordo com o que foi visto na China e
mostrado por cientistas desde a chegada do vírus. Nesta semana, um
estudo publicado na revista "Jama" apontou os
resultados do acompanhamento de 82 pacientes cardíacos internados
em Wuhan. Entre esses analisados, 58% desenvolveram a versão
mais grave da doença e mais da metade morreu. Outra
pesquisa mais antiga, que
analisou dados de 44 mil infectados cedidos pelo governo
chinês, mostrou que cardíacos, diabéticos e pessoas com câncer
apresentaram uma taxa maior de letalidade. Veja o gráfico abaixo
com os números do artigo científico:
Mortalidade
do 2019 n-CoV junto a outras doenças — Foto: Cido Gonçalves/G1
|