Vacina
‘entra em circulação civil’ entre 12 e 24 de agosto,
equivalente a Fase 3 dos testes, podendo iniciar produção em massa
em setembro
A
Rússia está mais perto de se tornar o primeiro país a iniciar a
distribuição de uma vacina contra o coronavírus para
a população. O país anunciou hoje que concluiu parte dos testes
clínicos necessários para comprovar a eficácia da imunização
desenvolvida por iniciativa do governo russo.
"A
pesquisa foi concluída e provou que a vacina é segura", disse
Yelena Smolyarchuk, chefe do centro de pesquisas clínicas da
Universidade Sechenov, à agência de notícias estatal TASS.
A
vacina aprovada foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa
para Epidemiologia e Microbiologia Gamalei. Segundo o diretor da
instituição, Alexander Gintsburg, a previsão é que a vacina
"entre em circulação civil" entre 12 e 24 de agosto.
Essa
distribuição será equivalente a um teste de fase 3, já que as
pessoas que receberem a vacina ficarão sob supervisão, informou a
agência de notícias RIA. Os testes de fase 1 e fase 2 normalmente
verificam a segurança de um remédio antes de este avançar para a
fase 3, que testa sua eficácia em um grupo maior de voluntários.
O
Ministério da Saúde russo realizará esses últimos testes bioquímicos
da vacina, mas espera finalizar o processo até setembro, mesmo mês
para o qual Gintsburg prevê o início da produção em massa por
laboratórios privados.
Globalmente,
das 19 vacinas experimentais contra a covid-19 em testes com
humanos, só duas estão em testes finais de fase 3 —uma da
chinesa Sinopharm e outra da AstraZeneca e da Universidade de
Oxford, que tem parte do teste realizada no Brasil. A chinesa
Sinovac Biotech deve se tornar a terceira no final deste mês, e
também com testes no Brasil.
A
versão russa
A
vacina russa está perto de ser distribuída porque os testes clínicos
começaram em junho. A Universidade Sechenov agrupou 38 voluntários
remunerados para o estudo. Parte deles já receberá alta nesta
quarta-feira (15), quando terão completado 28 dias em isolamento. A
intenção foi protegê-los de outras possíveis infecções.
Os
voluntários têm entre 18 e 65 anos e ainda serão monitorados por
mais seis meses.
Também
no mês passado, o exército russo iniciou uma outra frente de
testes clínicos da vacina. O estudo vai durar dois meses e segue em
andamento.
A
Rússia é o quarto país do mundo com o maior número de pessoas
contaminadas pelo coronavírus. Segundo dados da Universidade Johns
Hopkins, o país tem mais de 730 mil pessoas infectadas e já passou
de 11 mil mortes causadas pela covid-19.

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