Teste
do imunizante começou nesta quarta-feira (5) no país e inscrições
vão até sexta-feira (7); vacina de RNA mensageiro é considerada
inovadora
Diferentemente
da vacina de Oxford e da Coronavac, que restringiram o terceiro e último
teste, que está sendo realizado no país, a profissionais de saúde,
a vacina da Pfizer, que teve testes iniciados nesta quarta-feira
(5), ampliou a participação a toda a população.
Qualquer
pessoa poderá se inscrever para os testes da vacina da Pfizer, em
parceria com a empresa alemã BioNTech, contra a covid-19 no
Brasil. Os primeiros 15 voluntários receberam a aplicação da
vacina experimental nesta quarta-feira (5) no Cepic (Centro Paulista
de Investigação Clínica), em São Paulo.
Segundo
o reumatologista Cristiano Zerbini, diretor do Cepic (Centro
Paulista de Investigação Clínica) e coordenador da pesquisa em São
Paulo, essa fase contará com mil voluntários, divididos entre o
Cepic a Instituição Obras Sociais Irmã Dulce na Bahia.
Dos
500 voluntários de São Paulo, 250 receberão a vacina e 250
receberão placebo. Zerbini explica que nem o médico nem o paciente
saberão se o que está recebendo é placebo ou não. Até
sexta-feira (7), as inscrições estão abertas e podem ser feitas
por meio do site do Cepic.
“Até
o fim dessa semana, teremos feito a aplicação em 50 participantes.
Nas próximas 3 semanas, queremos aplicar em 150 participantes por
semana, completando os 500 aqui de São Paulo.”
No
questionário de inscrição, uma série de perguntas avaliam a
possibilidade de participação ou não, mas Zerbini já adianta que
para participar é necessário ter entre 18 e 85 anos, não estar grávida
e não possuir doenças crônicas descompensadas, como diabetes e
hipertensão.
“Nós
vamos dar prioridade para quem tem mais chance de entrar em contato
com o vírus, isso inclui profissionais da saúde, mas também
funcionários de hospitais, como segurança, recepcionista e equipe
de limpeza. A gente também pensa em outras pessoas, como quem mora
em comunidades, quem usa muito transporte público e os
profissionais do transporte.”
O
médico explica que quanto maior variedade de gênero, raça e
idade, melhor para o estudo. “Assim, conseguimos chegar perto da
realidade da sociedade.”
O
estudo tem um período de duração de dois anos, porém são
realizadas análises durante todo o período e a vacina poderá ser
disponibilizada antes do fim do estudo, se os resultados forem
positivos. “Embora tenha 2 anos, as observações mais importantes
são no primeiro ano.”
Zerbini
acrescenta que “os resultados cientificamente observados, eu
acredito que teremos no primeiro trimestre de 2021, isso de todas as
vacinas. Depois, tem mais um tempo para ter uma boa distribuição,
com logística e tudo. Acredito que ao fim do primeiro semestre de
2021 teremos vacinas disponíveis, duas, três, quatro, todas
eficazes”.
A
primeira e segunda fase já foram realizada e aprovadas e têm como
objetivo testar a segurança e a imunogenicidade (capacidade do
organismo produzir anticorpos). “A terceira fase também verifica
a segurança e imunogenicidade, mas é mais focada em analisar a
eficácia da vacina.”
A
vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech utiliza a
tecnologia de RNA mensageiro, nunca utilizada antes. Nessa
tecnologia é aplicada a molécula de mRNA que carrega a receita
para as células do corpo produzirem certas proteínas que estão
presentes no vírus.
Depois
que o corpo produz essa proteína, o sistema imunológico a
identifica como um corpo estranho e começa a resposta imunológica.
“A vantagem é que as vacinas de RNA podem ser fabricadas
rapidamente usando apenas o código genético do patógeno”,
afirma Márjori Dulcine, Diretora Médica da Pfizer Brasil.

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