Chamada de ‘Sputnik 5’, vacina foi aprovada pelo presidente
Vladimir Putin, na manhã desta terça-feira (11)
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Diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná, Jorge
Callado |
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O governo do Estado do
Paraná assinará um acordo com a Rússia para uma parceria em uma
vacina contra a Covid-19, disse nesta terça-feira o
diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná, Jorge
Callado, em entrevista à GloboNews.
"Nós estamos numa
fase muito inicial dessas tratativas. Para que tenha qualquer troca
de informações, qualquer reunião mais avançada é necessária a
assinatura do acordo entre o governo do Paraná e a Rússia, que está
prevista para acontecer", disse Callado na entrevista à
emissora.
"Após esse ajuste
com o governo da Rússia, as tratativas tecnológicas e científicas
começam. É importante nos pautarmos por prudência, pautarmos por
segurança, por transparência dentro desse processo. E também que
a transferência de tecnologia esteja envolvida em todas essas
etapas para que o Brasil venha a adquirir gradativamente uma
autonomia na produção desses imunizantes."
A Secretaria de Comunicação
do governo do Paraná informou que o governador Ratinho Júnior
(PSD) se reunirá na quarta-feira com uma delegação russa liderada
pelo embaixador da Rússia no Brasil, mas não confirmou que o
acordo para a vacina será assinado nessa ocasião.
Mais cedo, o presidente
russo, Vladimir Putin, anunciou que o país foi o primeiro a dar
aprovação regulatória para uma vacina contra a doença provocada
pelo novo coronavírus, que será comercializada internacionalmente
com o nome de Sputnik 5, em referência ao primeiro satélite lançado
ao espaço na história, pela então União Soviética em 1957.
O chefe do fundo soberano
da Rússia, Kirill Dmitriev, disse que a vacina deveria ser
produzida no Brasil após aprovação regulatória.
A vacina foi aprovada após
menos de dois meses do início dos testes em humanos, o que levou
cientistas internacionais a questionarem se a Rússia não está
colocando o prestígio nacional à frente de uma ciência sólida e
segura. A aprovação pelo Ministério da Saúde veio antes do início
dos testes clínicos em Fase 3, com milhares de voluntários e etapa
considerada normalmente como essencial para o registro de uma
vacina.
Callado foi cauteloso e
disse que o acordo do governo paranaense com a Rússia é um
"começo" e que depende da realização dos estágios
necessários.
"É algo muito
preliminar, não existe compromisso de produção enquanto essas
etapas não forem validadas, não forem consolidadas e não forem
liberadas pela Anvisa, pela Comissão Nacional de Ética em
Pesquisa. É um começo onde nós buscamos intercâmbio e informações",
disse ele em entrevista à GloboNews.

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