Fiocruz prevê a produção de 100 milhões de doses da vacina
desenvolvida no Reino Unido ainda no primeiro semestre de 2021
A
presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade,
comemorou a aprovação, no Reino Unido, da vacina desenvolvida pela
farmacêutica Astrazeneca e pela Universidade de Oxford. Devido a um
acordo de transferência de tecnologia, a Fiocruz vai produzir o
imunizante no Brasil e prevê concluir o envio de documentos sobre a
vacina para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
até 15 de janeiro.
"Estamos
todos com a esperança reanimada, digamos assim, com a notícia do
registro da vacina da Astrazeneca, que será, no Brasil, uma vacina
Astrazeneca/Oxford/Fiocruz", disse Nísia Trindade. "É um
dia histórico, porque é mais um elemento de esperança diante de
uma situação de tanto sofrimento. Uma esperança que vem da ciência
e de uma visão de saúde pública, porque essa vacina é não só
eficaz, não é só de alta qualidade, mas também é uma vacina
adequada para países de população do tamanho do nosso país, com
as suas diferenças regionais e sociais. É uma vacina adequada para
o nosso Sistema Único de Saúde".
A
Fiocruz prevê produzir 100 milhões de doses da vacina a partir de
ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado no primeiro semestre
do ano que vem. No segundo semestre, mais 110 milhões de doses
devem ser produzidas inteiramente no Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), vinculado à fundação.
A
produção deve começar antes mesmo da concessão do registro da
vacina no Brasil, para que já haja doses disponíveis quando a
aplicação for liberada. Documentos referentes ao desenvolvimento
da vacina já vem sendo analisados em bloco pela Anvisa desde
outubro, e o último bloco de informações deve ser enviado à agência
no mês que vem. Em seguida, a Fiocruz espera entregar o primeiro 1
milhão de doses ao Ministério da Saúde antes de 8 de fevereiro.
Doação
A
presidente da Fiocruz recebeu parlamentares estaduais do Rio de
Janeiro e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro (Alerj) para uma cerimônia que marcou a doação de R$ 20
milhões do Fundo Especial da Alerj, que serão destinados a um
plano de enfrentamento à covid-19 nas favelas do Rio de Janeiro. A
elaboração do plano será coordenada pela Fiocruz.
Segundo
Nísia Trindade, uma das primeiras ações será o lançamento de um
edital público de R$ 17 milhões para apoiar 140 projetos com
diferentes focos, como apoio social, comunicação e saúde mental.
A presidente da fundação destacou que a conscientização sobre a
vacinação estará entre os assuntos que serão abordados junto aos
moradores das comunidades do Rio de Janeiro.
O
presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), também comemorou a
aprovação da vacina Astrazeneca/Oxford no Reino Unido e avaliou
que o meio termo entre a preservação da economia e a prevenção
da doença é a vacinação. "A gente espera que essa contribuição
da Alerj possa contribuir para essas ações e em especial para a
vacinação da população do nosso estado".
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