Dimas
Covas concedeu entrevista no Centro Universitário Claretiano, em
Batatais
Dimas
Covas, o presidente do Instituto Butantan, concedeu uma entrevista
coletiva neste sábado, 9, no Centro Universitário Claretiano, em
Batatais. O Butantan é o responsável pela produção da Coronavac,
que aguarda certificação da Anvisa para ser aplicada.
De
acordo com Covas, os primeiros impactos visíveis da vacina serão
sentidos a partir de maio. "Os impactos da vacina serão
sentidos a partir de maio. Começaremos com uma diminuição de
casos e internações, mas os impactos visíveis serão visíveis a
partir de maio. [...] Isso se a epidemia não explodir antes, isso
é o que não queremos que aconteça", declarou.
Segundo
o plano estadual e o plano
municipal de vacinação, a primeira etapa de vacinação deverá
se encerrar no mês de março. Nessa fase, serão vacinados os
profissionais da saúde e pessoas acima dos 60 anos de idade.
O
presidente do Instituto explicou que a vacina opera sobre a
gravidade da doença, não sobre a disseminação do vírus.
"Boa
parte das vacinas que estão sendo usadas atualmente, impedem e
diminuem a gravidade da doença, elas não impedem a infecção. A
vacina mais comum que utilizamos, que é a vacina da gripe, somos o
maior fornecedor para o Ministério da Saúde. Um em cada três
brasileiros toma a vacina da gripe do Butantan. Ao tomar essa vacina
a pessoa não vai ter o quadro grave da gripe, não vai desenvolver
uma pneumonia, mas pode ter sintomas leves. E assim é essa vacina [Coronavac].
Ela vai impedir a gravidade da doença, mas não vai impedir a infecção”,
explicou Covas.
Distribuição
para o SUS
Neste
sábado, o Instituto Butantan e o Ministério da Saúde entraram em
um acordo de que que a totalidade das vacinas produzidas pelo
laboratório serão adquiridas pelo Governo Federal e incorporadas
ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a
covid-19, com distribuição para o Sistema Único de Saúde (SUS).
"Ontem
à noite tive uma reunião com os técnicos do Ministério de Saúde
e o Butantan tem disponível, nesse momento, 6 milhões de doses que
estão à disposição do Ministério e serão incorporados à
medida que haja a autorização do uso emergencial", comentou
Covas.
Com
o acordo, todas as regiões do país deverão receber a vacina
simultaneamente por meio da logística feita pelo Ministério da Saúde,
secretarias estaduais e municipais de saúde. O contrato prevê
exclusividade, inicialmente, de 46 milhões de doses para o SUS.
Apesar
do acordo, Covas admite que, se não fossem os embates com o governo
federal, o programa de vacinação já deveria ter sido iniciado.
“Se não tivéssemos esse desgaste imenso nos últimos meses, eu
ouso dizer que nós já estaríamos vacinando. Se não tivéssemos o
atraso na autorização de importação, atraso no planejamento
financeiro, no planejamento do programa nacional de imunização, nós
já poderíamos estar vacinando. O governo federal não foi proativo
nessa questão", criticou o presidente do Butantan.
Eficácia
A CoronaVac apresentou
eficácia de 100% em casos graves da Covid-19 e 78% em casos
moderados e leves. Os dados referentes aos testes da vacina
foram apresentados na quinta-feira, 7, à Anvisa. Vacinas com no mínimo
50% de eficácia já podem ser aprovadas pelo órgão.
O
Instituto também enviou o pedido de uso emergencial da vacina
à Anvisa. De acordo com a agência, o prazo para a análise
do pedido de uso emergencial é de dez dias. Já a validação
do registro definitivo é feita em até 60 dias.
Os
testes tiveram início em julho de 2020. Desde então, 13 mil
profissionais de saúde em oito estados receberam o imunizante. Os
estudos foram revisados pelo Comitê Internacional Independente, na
Áustria.
O
governo do Estado de São Paulo aguarda o aval da Anvisa para por em
prática o programa estadual de vacinação, com data de início
prevista para o dia 25 de janeiro.
Plano
Municipal
Na
sexta-feira, 8, a Prefeitura de Ribeirão Preto divulgou o plano
municipal de vacinação contra a Covid-19. O anúncio ocorreu
durante entrevista coletiva no Palácio do Rio Branco, sede da
Prefeitura. De acordo com o plano, na primeira etapa, 150.275
pessoas serão vacinadas contra a doença.
Confira
o cronograma de vacinação municipal:
-
25 janeiro (1ª dose) e a partir de 15 fevereiro (2ª dose): 32
mil profissionais de saúde dos setores público, privado e filantrópico;
-
8 fevereiro (1ª dose) e a partir de 1º março (2ª dose): pessoas
com 75 anos ou mais (32.806 pessoas);
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15 fevereiro (1ª dose) e a partir de 8 março (2ª dose): pessoas
entre 70 e 74 anos (21.269 pessoas);
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22 fevereiro (1ª dose) e a partir de 15 março (2ª dose): pessoas
entre 65 e 69 anos (28.663 pessoas);
-
1º março (1ª dose) e a partir de 22 março (2ª dose): pessoas
entre 60 e 64 anos (35.537 pessoas).
Porém,
de acordo com a prefeitura, se o Governo Federal adiantar ou
adiar a campanha, o município seguirá o calendário recomendado.
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