Reforço
será aplicado 5 meses após segunda dose
O
Ministério da Saúde anunciou, hoje (16), a redução do
intervalo de tempo para aplicação da dose de reforço da vacina
contra a covid-19 dos atuais seis meses para cinco meses. A decisão,
que será implementada pelas secretarias de Saúde dos estados e
municípios, contempla todas as pessoas acima de 18 anos,
independentemente do grupo etário ou profissão. Inclusive
aquelas que receberam a Janssen, que passa a contar com uma segunda
dose - aplicada dois meses após a primeira - e a dose de reforço.
“Já
tínhamos autorizado a aplicação desta dose de reforço, ou
adicional, para todos aqueles que tinham tomado a segunda dose
há mais de seis meses e que tivessem [mais de] 60 anos. Agora, graças
às informações advindas dos estudos científicos realizados para
avaliar a aplicação da terceira dose - e dos quais já temos dados
preliminares -, decidimos ampliar esta dose de reforço para todos
aqueles acima de 18 anos de idade que tenham tomado a segunda dose
há mais de cinco meses”, disse o ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga.
Ele
garantiu que o estoque de imunizantes será suficiente
para atender à demanda. Atualmente, há 12,47 milhões de pessoas
aptas a receber a dose adicional.
Segundo
o Ministério da Saúde, mais de 350 milhões de doses das vacinas
contra a covid-19 já foram distribuídas para todo o país, e mais
de 297 milhões já foram aplicadas ao longo de onze meses. Mais de
157 milhões de pessoas tomaram ao menos uma dose do imunizante –
número que, segundo a pasta, representa 88% do público-alvo
previsto no plano nacional de vacinação contra a doença. No
entanto, cerca de 21 milhões de pessoas ainda não retornaram para
tomar a segunda dose na data prevista.
Segundo
a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana
Melo, pessoas na faixa entre 25 e 34 anos formam a maioria dos que
ainda não compareceram para tomar a segunda dose.
Analisando qual vacina as pessoas que não completaram o ciclo
vacinal receberam, a secretária aventa a hipótese de que, além de
outros fatores (como a dificuldade de encontrarem tempo para
retornar ao posto de vacinação), as reações características de
cada imunizante podem estar desestimulando algumas pessoas.
“Algumas
[vacinas], de fato, trazem [causam] alguns efeitos adversos que
passam em um ou dois dias. A população tem que estar consciente
disso. Tem que estar alerta e saber que estes efeitos são esperados
e acontecem”, comentou Rosana, destacando que, junto com as
recomendações de uso de máscara, distanciamento social e
higienização das mãos frequente e adequada, a vacinação vem
proporcionando a redução do número de casos graves da doença e,
consequentemente, das internações e mortes.
“Hoje,
nós temos, no Brasil, 21,11 milhões de pessoas que estão aptas a
tomar a segunda dose da vacina e, assim, completarem seu
esquema vacinal”, informou a secretária ao reforçar que, para
aumentar suas proteções contra a doença, a pessoa tem que tomar
todas as doses recomendadas pelos laboratórios fabricantes e
autorizadas pelas autoridades sanitárias.
“Além
disso, os estudos têm mostrado que, a partir do quinto ou sexto mês,
independentemente do imunizante utilizado, há sim uma necessidade
de reforçarmos nosso sistema imunológico tomando uma dose de reforço”,
acrescentou a secretária, alertando para a importância de os
estados seguirem as novas recomendações do ministério. “Se
algum estado fizer separado, diferente, prejudicará muito o nosso
planejamento.”
Janssen
Outra
mudança anunciada pela pasta diz respeito à vacina da Janssen que era aplicada
em dose única e passará a ter duas doses.
“No
início, a recomendação era de que esta vacina fosse de dose única.
Hoje, sabemos que é necessária esta proteção adicional. Então,
quem já tomou a Janssen, agora vai tomar a segunda dose do mesmo
imunizante. E, lá adiante, cinco meses após [a segunda dose], um
reforço com imunizante diferente”, disse Queiroga. A segunda dose
da Janssen deverá ser ministrada a partir de dois meses da primeira
aplicação.
Mega
Vacinação
O
ministro da Saúde participou esta manhã da cerimônia de lançamento
da campanha Mega Vacinação, marcada para o período de 20 e 26
de novembro. Para estimular a população a tomar todas as
doses recomendadas da vacina e completar o ciclo de imunização, o
ministério conta com a ampliação do horário de funcionamento dos
postos de vacinação durante a iniciativa.
“Já
temos uma das campanhas de vacinação contra a covid-19 mais
importantes do mundo, tendo ultrapassado os Estados Unidos em relação
ao [percentual da] população imunizada, mas temos que avançar
ainda mais para que não aconteça o que está ocorrendo em alguns
países da Europa, onde observamos um aumento do número de
casos”, alertou o ministro, referindo-se a países como a
Alemanha, que, na semana passada, voltou a anunciar medidas
restritivas para conter o recrudescimento da doença.
“Nosso
objetivo é, através da campanha Mega Vacinação, ampliar ainda
mais o acesso [da população às vacinas] e convencer as pessoas a
procurarem as Unidades Básicas de Saúde [UBS] para, a partir daí,
adquirirmos ainda mais a confiança do povo brasileiro e um controle
sanitário eficiente para evitarmos possíveis novas ondas da covid-19”,
disse Queiroga logo após a exibição de um vídeo promocional em
que o Ministério da Saúde alerta que “proteção pela metade não
é proteção”.
“Temos
[no Brasil] um cenário epidemiológico bem mais equilibrado em relação
à pandemia. Nosso sistema de saúde está atendendo às
necessidades, sobretudo dos pacientes com síndromes respiratórias
agudas graves. Isso se deve à eficiência das políticas públicas
lideradas pelo Ministério da Saúde e que, na ponta, são
implementadas pelos estados e municípios [prefeituras]”,
acrescentou o ministro Marcelo Queiroga antes de detalhar a redução
do intervalo de tempo para aplicação da dose de reforço.
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