Unidade vai controlar a qualidade das vacinas e de outros produtos
A
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) inaugurou hoje (23) um
novo laboratório que vai auxiliar o Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) no controle de qualidade das
vacinas e outros produtos de seu portfólio. A construção da nova
estrutura durou sete meses e busca suprir o aumento da demanda
gerado pela produção da vacina contra a covid-19.
Localizado
no Complexo Tecnológico de Vacinas (CTV), o Laboratório Físico-químico
(Lafiq) representa a chegada à "última fase do planejamento
de internalização da produção da vacina covid-19 em parceria com
a AstraZeneca", segundo o diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz,
Mauricio Zuma.
"Foi
um trabalho muito árduo, com muitas etapas cumpridas, e agora nós
finalizamos aumentando a nossa capacidade de controle de
qualidade", disse o executivo em texto publicado pela Agência
Fiocruz de Notícias.
Bio-Manguinhos
trabalha na incorporação da tecnologia da vacina contra covid-19
desde que assinou o contrato com a farmacêutica europeia, em 2020.
O instituto primeiro começou a produzir a vacina a partir de
ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado, e agora se prepara
para fornecer ao Programa Nacional de Imunizações vacinas com IFA
fabricado em suas instalações.
O
instituto já concluiu a produção de cinco lotes de IFA nacional,
dos quais quatro foram liberados internamente e se encontram em
estudos de comparabilidade no exterior. Outros três lotes se
encontram em processamento.
A
Fiocruz explicou que o controle de qualidade para a liberação de
um lote de vacina contra covid-19 com IFA importado requer 151 análises
físico-químicas, número que sobe para 233 quando a produção do
IFA passa a ser nacionalizada. A fundação comemora o novo laboratório
"que vem dar sustentabilidade à etapa de controle de
qualidade, considerando todo o portfólio de vacinas produzidas pelo
instituto".
Antes
da pandemia, Bio-Manguinhos produzia anualmente 120 milhões de
vacinas de diferentes tipos para disponibilização gratuita no
Sistema Único de Saúde. Em 2021, essas vacinas continuaram a ser
produzidas, e a fundação fabricou ainda 135 milhões de doses da
vacina contra a covid-19.
Tal
aumento na produção de vacinas fez com que o número de análises
físico-químicas nas doses prontas saltasse de 2,6 mil, em 2020,
para 5 mil, nos primeiros 10 meses de 2021.
Somente
a infraestrutura do novo laboratório, sem contar a aquisição de
novos equipamentos, custou R$ 19 milhões. Esse valor foi pago com a
ajuda de doações de empresas privadas, que possibilitaram ainda a
realização de adequações da planta industrial onde o IFA
nacional está em produção.
Segundo
a Fiocruz, até o momento, o total de recursos captados é de R$
505,6 milhões, o que viabilizou ações como a construção de duas
centrais analíticas, a adaptação da fábrica de vacinas, a aquisição
de usinas de oxigênio para a Região Amazônica, o apoio à construção
do Centro Hospitalar Covid-19, a doação de milhares de
equipamentos de proteção individual e equipamentos para rede
hospitalar do SUS e a distribuição de 80 mil cestas básicas.
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