Todos os imunizantes disponíveis hoje no mundo têm como base a
cepa original do coronavírus, que praticamente já desapareceu
A
OMS (Organização Mundial da Saúde) instou fabricantes de vacinas
contra a Covid-19 a desenvolver uma segunda geração de
imunizantes, diante da explosão global de novas infecções provocadas
pela variante Ômicron do coronavírus, mais transmissível do
que todas as outras já identificadas.
Em
um comunicado, divulgado nesta terça-feira (11), a entidade
multilateral ressalta que as vacinas "precisam ser baseadas em
cepas que são geneticamente a antigeneticamente próximas das
variantes circulantes do Sars-CoV-2".
Outro
ponto destacado é que a nova geração de imunizantes, além de
prevenir contra casos graves e mortes – os atuais já têm uma boa
eficácia –, precisa oferecer uma proteção maior contra a infecção,
"diminuindo assim a transmissão comunitária e a necessidade
de medidas sociais e de saúde pública rigorosas e de amplo
alcance".
As
atualizações das vacinas disponíveis hoje ainda devem, segundo a
OMS, provocar respostas imunes "amplas, fortes e
duradouras", a fim de reduzir a necessidade de sucessivas doses
de reforço.
As
sugestões do grupo de especialistas que assessora a Organização
Mundial da Saúde envolvem desde uma vacina multivalente que
contenha antígenos de diferentes coronavírus até uma vacina
chamada de "pan-Sars-CoV-2". Esta poderia ser, de acordo
com o comunicado, "uma opção de longo prazo mais sustentável
que seria efetivamente à prova de variantes".
A
declaração da OMS ocorre um dia após o diretor-executivo da
Pfizer, Albert Bourla, anunciar que a companhia terá disponível
em março uma vacina adaptada contra a variante Ômicron.
A
Moderna, outra empresa estadunidense de vacinas contra a Covid-19,
também prevê uma atualização do imunizante a partir do segundo
trimestre.
Atualmente,
todos os imunizantes existentes têm como base a cepa original do vírus,
identificada em Wuhan (China) no fim de 2019. Todavia, ela
praticamente já não circula mais.
O
surgimento rápido de novas variantes – algo natural quando há um
grande número de pessoas infectadas – foi fazendo com que as
vacinas perdessem eficácia.
Ainda
assim, todos os produtos aprovados pela OMS (incluindo os usados no
Brasil) oferecem uma proteção significativa contra casos graves e
mortes.
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