Pesquisa
preliminar com mais de 70 mil infectados por Covid-19 mostra também
um risco 90% menor de mortalidade
Um estudo
preliminar realizado nos Estados Unidos e divulgado nesta
quarta-feira (12) com quase 70.000 pessoas positivas para Covid-19
mostrou um risco substancialmente reduzido de hospitalização e
morte pela variante Ômicron.
As pessoas
infectadas com a Ômicron têm metade da probabilidade de ser
hospitalizadas, cerca de 75% menos risco de precisar de cuidados
intensivos e 90% menos probabilidade de morrer em comparação com
pessoas infectadas com a variante Delta, anteriormente dominante,
segundo o estudo.
Das cerca de
50.000 pessoas infectadas com a Ômicron, nenhuma jamais precisou de
um respirador.
As hospitalizações
duraram, em média, 1,5 dia com a Ômicron em comparação com cinco
dias para a Delta, e 90% dos pacientes com Ômicron receberam alta
em três dias ou menos.
A análise foi
realizada com dados do sistema hospitalar Kaiser Permanente, no sul
da Califórnia, que atendeu uma população de cerca de 4,7 milhões
de pessoas, entre 1º de dezembro de 2021 e 2 de janeiro de 2022,
quando ambas as cepas circulavam amplamente.
As descobertas
— baseadas em pesquisas em nível populacional de países como África
do Sul e Reino Unido, além de testes em animais e células —
indicam que a Ômicron se replica melhor no trato respiratório
superior do que nos pulmões.
Menos grave, mas
preocupante
“Este estudo
monitorou parâmetros-chave importantes, como idade, sexo, infecção
prévia por Sars-CoV-2, vacinação prévia e comorbidades”,
afirmou a diretora dos CDCs (Centros de Controle e Prevenção de
Doenças, na sigla em inglês), Rochelle Walensky, a jornalistas
nesta quarta-feira (12).
Assim, os
resultados sugerem que a Ômicron é "intrinsecamente menos
grave que a Delta", e as reduções observadas em casos graves
não são apenas o resultado de mais pessoas sendo vacinadas e
infectadas ao longo do tempo, de acordo com o artigo.
Embora o estudo
tenha observado uma redução na eficácia da vacina contra a infecção
pela Ômicron, também encontrou uma proteção contínua
substancial contra casos graves.
Walensky advertiu
que os resultados não justificam uma falta de cuidados, pois a
extrema transmissibilidade da Ômicron pressiona o já
sobrecarregado sistema de saúde dos Estados Unidos e seus
profissionais, exaustos.
Esse novo artigo,
que ainda não foi revisado por pares, foi escrito por pesquisadores
da Universidade da Califórnia, em Berkeley, pela Kaiser Permanente
e pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Atualmente, os
Estados Unidos registram uma média de 750 mil casos por dia, um
total de cerca de 150 mil internações por Covid e mais de 1.600
mortes diárias.
O principal
assessor médico do presidente Joe Biden, Anthony Fauci, previu na
terça-feira (11) que "a Ômicron, com seu grau extraordinário
e sem precedentes de eficiência em transmissibilidade, acabará por
pegar quase todos".
Mas acrescentou
que, depois que o país emergir de sua onda atual, fará a transição
para um futuro de convivência com o vírus, com vacinas que devem
reduzir a doença grave para a maioria das pessoas e tratamentos
eficazes disponíveis para as mais vulneráveis.
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