Alerta foi feito após vacinação de aproximadas 40 crianças com
imunizantes para adultos
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alertou hoje (17) para a
necessidade de estados e municípios reforçarem a atenção nos
procedimentos para a imunização da população contra a covid-19,
especialmente crianças e adolescentes.
O
alerta foi feito após o episódio ocorrido no município paraibano
de Lucena, na grande João Pessoa, onde cerca de 40 crianças foram
vacinadas equivocadamente com imunizantes para adultos. Além disso,
também foram usadas vacinas fora do prazo de validade.
“Nós,
do Ministério da Saúde, temos alertado acerca das questões
relativas à segurança. Muitas vezes quando damos os alertas,
muitas vezes [dizem que] o ministério é contra [a vacinação de
crianças]. Não é questão de ser contra, é questão de
compromisso com a aplicação adequada de vacinas e evitar possíveis
efeitos adversos”, disse Queiroga pouco antes de se deslocar para
a cidade de Monteiro (PB), onde participa de um ato de testagem para
diagnóstico da covid-19.
A
história veio a público nos últimos dias, após uma mãe publicar
nas redes sociais um vídeo do cartão de vacinas dos filhos com a
informação de que eles foram vacinados contra o coronavírus no início
de janeiro. Porém, as doses e a vacinação de crianças só
tiveram início depois do episódio. As primeiras doses do
imunizante só chegaram na Paraíba na última sexta-feira (14).
A
vacina contra covid-19, autorizada para crianças, apresenta diferenças
na dosagem, composição e concentração do principal componente, o
RNA mensageiro, com a dosagem sendo o equivalente a um terço da
vacina aplicada em adolescentes, a partir dos 12 anos, e adultos.
Orientações
Segundo
o ministro da Saúde, cabe aos gestores locais do Sistema Único de
Saúde (SUS) o armazenamento correto, além do acompanhamento da
validade dos frascos e aplicação das doses, seguindo as orientações
do ministério.
“É
por isso que a vacinação de crianças de 5 a 11 anos foi
autorizada, mas autorizada dentro de recomendações da Agência de
Vigilância Sanitária, a Anvisa, em relação a sua aplicação. O
frasco da vacina é diferente, justamente para evitar uma aplicação
indevida, as salas de vacinação são salas que devem ser
exclusivas, os aplicadores da vacina têm que ser exclusivos, as
crianças têm que ficar em observação depois de vacinadas”,
afirmou.
“Temos
que ter uma atenção especial para que se cumpra as normas, seja em
relação à aplicação, seja em relação a fármaco-vigilância”,
acrescentou o ministro.
Após
o episódio, a prefeitura de Lucena disse lamentar o ocorrido e
informou que afastou uma profissional de saúde do município que
aplicou o imunizante para adultos em crianças. Ainda conforme a
prefeitura, as crianças estão sob acompanhamento do município e não
apresentaram reações adversas graves.
“Esclarecemos
que a decisão foi tomada individualmente pela pessoa que fez a
aplicação, sendo uma falha pontual e que não partiu de determinação
da administração municipal, de forma que assim que tomamos
conhecimento, afastamos a responsável”, disse a prefeitura em
nota divulgada no sábado (15). “Até o momento, felizmente, as
crianças que recebem as vacinas não apresentam quadro adverso na
saúde”, diz outro trecho da nota.
Terceira
onda
O
ministro Marcelo Queiroga disse ainda que os estados devem dobrar a
atenção para evitar a aplicação de imunizantes vencidos e que a
prioridade deve ser a aplicação da segunda dose ou dose de reforço.
Para o ministro, com a variante Ômicron o país está diante de uma
possível terceira onda da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
“Há
mais de 70 milhões de doses que estão com os estados e essas doses
têm que ser aplicadas no público- alvo. A prioridade é a aplicação
da segunda dose e da dose de reforço. Estamos diante de uma possível
terceira onda em função da variante Ômicron aumentando o número
de casos”, disse.
“Os
dados iniciais apontam que, em países que têm um nível de vacinação
equiparado ao Brasil, não têm gerado tanto impacto sobre o sistema
hospitalar e sobre as unidades de terapia intensiva, mas o vírus é
um inimigo imprevisível e nós não temos que baixar a guarda”,
finalizou o ministro da Saúde.
|