Quinze estados registraram queda; quatro permanecem em alerta crítico
A
ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) para
covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS) apresentou tendência de
queda pela primeira vez neste ano, segundo nota técnica divulgada
na tarde de hoje (15) pelo Observatório Covid-19 da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz). Desde o fim de 2021, a explosão de casos
provocada pela variante Ômicron aumentou progressivamente a demanda
por vagas de internação, pressionando o SUS em diversos estados e
no Distrito Federal.
Segundo
a Fiocruz, na análise realizada com base em dados de 14 de
fevereiro, caiu de nove para quatro o número de estados com mais de
80% dos leitos de UTI ocupados. Os pesquisadores consideram que a
situação é de alerta crítico quando o SUS dispõe de menos de
20% de leitos disponíveis para pacientes graves com covid-19.
"Os
avanços na campanha de vacinação foram fundamentais no sentido de
impedir maiores números e percentuais de casos críticos e graves,
internações e óbitos. Porém não podemos ignorar que os riscos
de reveses permanecem. É central que se avance ainda mais na
campanha de vacinação", afirma a Fiocruz. "A vacinação
é a arma mais potente que dispomos para o enfrentamento da
pandemia."
Zona
de alerta
Continuam
na zona de alerta crítico o Rio Grande do Norte (80%), Pernambuco
(81%), Mato Grosso do Sul (85%) e Distrito Federal (99%), enquanto
Tocantins (64%), Piauí (77%), Espírito Santo (79%), Mato Grosso
(72%) e Goiás (72%) caíram para a zona de alerta intermediário,
com variação entre 60% e 80% de leitos ocupados.
A
Fiocruz informa ainda que 15 estados registraram ao menos cinco
pontos percentuais de queda na taxa de ocupação dos leitos. Mesmo
assim, 14 estados permanecem na zona de alerta intermediário: Rondônia
(74%), Acre (63%), Pará (63%), Alagoas (60%), Sergipe (61%), Bahia
(70%), São Paulo (66%), Paraná (71%) e Santa Catarina (71%), além
dos estados já citados.
As
demais unidades federativas estão fora da zona de alerta, com menos
de 60% dos leitos de UTI ocupados. A exceção é Roraima, que não
foi incluído na análise devido à grande volatilidade de
percentuais, já que tem apenas 27 leitos disponíveis.
"Embora
algumas taxas de ocupação de leitos ainda estejam muito elevadas,
é um alento a percepção de que o arrefecimento da grande onda de
casos provocada pela Ômicron, sentida em dados epidemiológicos,
está começando a se refletir na diminuição da ocupação de
leitos de UTI. O seguimento das taxas nas próximas semanas deve
propiciar uma visão mais conclusiva", afirmam os
pesquisadores.
A
nota técnica da Fiocruz informa ainda que sete capitais estão na
zona de alerta crítico: Rio Branco (80%), Natal (percentual
estimado de 84%), João Pessoa (81%), Rio de Janeiro (81%), Campo
Grande (91%), Goiânia (82%) e Brasília (99%).
Outras
12 estão na zona de alerta intermediário. São elas: Porto Velho
(78%), Palmas (65%), Teresina (70%), Fortaleza (70%), Maceió (69%),
Salvador (69%), Belo Horizonte (75%), Vitória (78%), São Paulo
(64%), Curitiba (70%), Porto Alegre (63%) e Cuiabá (67%).
Cinco
capitais foram consideradas fora da zona de alerta: Manaus (54%),
Macapá (52%), São Luís (49%), Recife (57%, considerando somente
leitos públicos municipais) e Florianópolis (49%).
A
Fiocruz explica que Belém e Aracaju não têm disponibilizado as
taxas de ocupação, enquanto Boa Vista só tinha disponível a taxa
referente a 8 de fevereiro.
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