Comitê Científico da prefeitura se reúne na próxima
segunda-feira; Desde final de outubro de 2021, não há
obrigação do uso de máscaras em locais abertos
Com
a tendência de melhora no cenário epidemiológico da covid-19 no
Rio de Janeiro, o Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19,
conhecido como Comitê Científico da prefeitura, deve avaliar na próxima
reunião a necessidade do uso de máscara de proteção em locais
fechados.A informação é do secretário Municipal de Saúde,
Daniel Soranz.
O
uso de máscara em ambientes abertos não é mais obrigatório desde
final de outubro e outras medidas restritivas, como limite
de ocupação de ambientes, foram retiradas em novembro, antes
do aumento de contaminação pela variante Ômicron, visto em
janeiro. No início do ano, não foram impostas nem revistas as
medidas restritivas.
De
acordo com Soranz, a reunião do Comitê Científico estava marcada
para o dia 14, mas foi antecipada para o dia 7 a pedido do prefeito,
Eduardo Paes.
“Com
um panorama epidemiológico mais favorável, nada mais correto do
que a gente acompanhar esses dados com alteração das medidas.
Claro que se em algum momento a gente ver aumento nos casos, nas
internações, a gente pode voltar com alguma medida restritiva. Mas
não é o que parece. Com uma alta cobertura vacinal, a gente está
vendo outros países também retirando essas medidas restritivas,
aqui no Rio de Janeiro não seria diferente”, disse o secretário.
Soranz
adiantou também que deve ser definido um parâmetro de cobertura da
dose de reforço da vacina contra a covid-19 para que o passaporte
vacinal na cidade deixe de ser obrigatório. A cobertura atual na
população adulta é de 99,1% com as duas doses e 53% com o reforço.
“A
gente vai definir na reunião do comitê. Mas a expectativa é que
chegando entre 70%, 80% da população adulta com dose de reforço,
a gente possa retirar a cobrança do passaporte vacinal na cidade do
Rio de Janeiro. A gente viu que mesmo com as aglomerações, mesmo
com o intenso fluxo de turistas, a alta cobertura vacinal segurou o
aumento do número de casos graves. Mas essa proteção e essa
cobertura não duram para sempre”.
Soranz
alertou que a falta da dose de reforço pode, inclusive, levar à
reintrodução de variantes do novo coronavírus que já não
circulam na cidade.
“A
gente tem insistido muito com isso, porque pode ser uma falsa sensação
de segurança achar que a gente está seguro por um período muito
maior e não estamos se a gente não fizer a dose de reforço, a
gente pode ter a reintrodução de uma variante que já passou, a
gente pode ter um retorno da Delta, o retorno da Ômicron, o retorno
de outra variante que já saiu da predominância do quadro de
variantes na cidade”, alertou.
Carnaval
Segundo
o secretário, mesmo com as festas particulares e aglomerações que
ocorreram na cidade durante o carnaval, os números da pandemia
continuam controlados e com tendência de queda no Rio de Janeiro.
“A
gente viu muitas aglomerações no período de carnaval, muitas
pessoas se reunindo. A estratégia de limitar a entrada de turistas
na cidade do Rio de Janeiro sem vacina funcionou. Para se hospedar
na cidade é obrigado a apresentar o passaporte vacinal, para ir aos
principais pontos turísticos é obrigado a apresentar o passaporte
vacinal, certamente isso desestimulou a vinda de turistas não
vacinados. A gente viu que a nossa cobertura vacinal segurou o cenário
epidemiológico”.
Os
painéis da covid-19 da Secretaria Municipal de Saúde não indicam
aumento no número de casos graves nem de internações por covid-19
nos últimos dias. O índice de positividade dos testes diagnósticos
estava menor do que 5% na semana passada e caiu para 3,9% no último
final de semana.
“A
Organização Mundial de Saúde considera que abaixo de 5% a gente
tem um cenário epidemiológico controlado, favorável, isso se deve
à alta cobertura vacinal na cidade do Rio de Janeiro”, explicou o
secretário. De acordo com ele, a cidade não deve reviver o aumento
de casos visto no início de janeiro, pois não há uma tendência
de contaminação em outras partes do mundo.
“No
Réveillon a gente já estava vendo o aumento da Ômicron
acontecendo em dezembro, a tendência agora se mantém de queda do número
de casos. A gente já estaria vendo um momento de sintomas respiratórios
nas emergências, nas unidades de saúde. A gente tem visto as
unidades de urgência e emergência, os ambulatórios, sem muita
procura por sistemas respiratórios. Então a gente vê uma tendência
de queda sustentada, apesar do aumento do fluxo de turistas e do
aumento das aglomerações na cidade”.
O
painel Monitor Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra
1.822 casos novos da doença na cidade do Rio de Janeiro na
segunda-feira (28), na média móvel de sete dias, com queda
sustentada desde o dia 27 de janeiro, quando a média móvel chegou
a 15,6 mil novos casos. Nos óbitos, o pico deste ano ocorreu no dia
11 de fevereiro, com 44,14 mortes na média móvel, caindo para
32,29 no dia 28. Os óbitos na cidade chegaram a ficar em zero em
meados de dezembro.
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