Nenhum
dos estados brasileiros apresenta sinal de crescimento na tendência
de longo prazo até a Semana 9
O
boletim InfoGripe, divulgado hoje (9) pela Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), referente à Semana Epidemiológica 9, que compreende o
período de 27 de fevereiro a 5 de março, revela que a curva
nacional de casos de covid-19 mantém sinal de queda nas tendências
de longo e curto prazo, que correspondem às últimas seis semanas e
às últimas três semanas, respectivamente. O estudo informa também
que se mantém o predomínio de casos de Síndrome Respiratória
Aguda Grave (Sars-CoV-2) entre os resultados laboratoriais positivos
para vírus respiratórios em todas as faixas etárias analisadas.
Apesar
da manutenção do cenário de queda na população em geral, o
boletim indica que a incidência de casos em crianças aumentou
significativamente em diversos estados ao longo de fevereiro. Até o
início do mês passado, as crianças de até 4 anos apresentavam a
maior incidência entre a população abaixo de 40 anos. As faixas
etárias de 60 anos ou mais mantêm-se como os grupos com maior
registro semanal de casos e óbitos por SRAG com resultado de RT-PCR
positivo para Sars-CoV-2 (covid-19).
De
acordo com o InfoGripe, já foram notificados 85.617 casos de SRAG
no ano epidemiológico 2022, sendo 51.024 (59,6%) com resultado
laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 20.913
(24,4%) negativos e pelo menos 8.913 (10,4%) aguardando resultado
laboratorial. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência
entre os casos positivos foi de 0,7% Influenza A, 0,1% Influenza B,
5,2% vírus sincicial respiratório, e 87,4% Sars-CoV-2.
Estados
e capitais
Nenhum
dos estados brasileiros apresenta sinal de crescimento na tendência
de longo prazo até a Semana 9. No entanto, três estados (Ceará,
Espírito Santo e Sergipe) e o Distrito Federal mostram indícios de
crescimento apenas na tendência de curto prazo. Com exceção de
Roraima, com estabilidade na tendência de longo prazo, todas as
demais unidades federativas estão com tendência de queda.
Nenhuma
das 27 capitais apresenta sinal de expansão na tendência de longo
prazo até a Semana 9. Em apenas seis capitais, observam-se indícios
de crescimento na tendência de curto prazo: Boa Vista, Florianópolis,
Fortaleza, Goiânia, Teresina e Vitória. Com exceção de Boa
Vista, Fortaleza e Vitória, com sinal de estabilidade na tendência
de longo prazo, nas demais capitais, a tendência é de queda.
“Dados referente às últimas três semanas apontam para um cenário
majoritariamente de estabilidade, sugerindo possível desaceleração
ou interrupção da tendência de queda”, diz o boletim.
Segundo
o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alterações no
comportamento de longo prazo necessitam de interpretação cautelosa
à luz de eventuais oscilações. "Em situações como essa, o
recomendável é que eventuais novas medidas que estejam em
planejamento à luz da tendência de queda sejam suspensas para
reavaliação da tendência nas semanas seguintes. Já na tendência
de crescimento no longo prazo e sinal de estabilidade, ou queda no
curto prazo, o princípio da cautela e minimização de risco
recomendam que eventuais medidas associadas a tendências de queda
sejam tomadas apenas quando a tendência de longo prazo também
indicar queda”, disse o pesquisador.
Óbitos
Neste
ano, já foram registrados 17.421 óbitos por SRAG, sendo 14.341
(82,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus
respiratório, 2.273 (13,0%) negativos, e ao menos 397 (2,3%)
aguardando resultado laboratorial.
De acordo com o boletim InfoGripe, dentre os resultados positivos
registrados em 2022, 4,1% são Influenza A, 0,1% Influenza B, 0,2% vírus
sincicial respiratório (VSR), e 94,4% Sars-CoV-2. Nas quatro últimas
semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos
foi de 0,4% Influenza A, 0,1% Influenza B, 0,3% vírus sincicial
respiratório (VSR), e 97,3% Sars-CoV-2.
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